ACNE
A acne se desenvolve quando os poros da nossa pele ficam obstruídos. Essa obstrução é causada pelo excesso de sebo, células mortas e bactérias nos folículos pilosebáceos. Nosso corpo produz mais sebo quando há aumento da atividade hormonal. É por isso que a acne é mais frequente em adolescentes e pessoas com distúrbios hormonais. Mulheres também podem ter acne no período da menstruação, devido à flutuação hormonal ou quando atingem a menopausa.
Os principais fatores envolvidos na fisiopatologia da acne são: produção excessiva de sebo pelas glândulas sebáceas com alteração da composição química favorecendo a infecção bacteriana, hiperqueratinização folicular, colonização bacteriana do folículo e estímulo da liberação de mediadores inflamatórios.
É muito importante buscar tratamento, independentemente da idade do paciente.
FORMAÇÃO DA ACNE



A acne é uma dermatose que provoca o surgimento de cravos, espinhas, cistos, caroços e cicatrizes. Não chamamos uma única espinha de acne, mas sim, o conjunto dessas manifestações. Entre as mulheres, a acne é mais frequente dos 14 aos 17 anos. Entre os homens, pode chegar um pouco mais tarde, com maior frequência entre os 16 e 19 anos. As formas mais graves são mais comuns no sexo masculino e as mais persistentes no feminino, devido, principalmente, à alta frequência dos distúrbios endócrinos.
A IMPORTÂNCIA DA ENZIMA 5-ALFA-REDUTASE NA FORMAÇÃO DA ACNE:
Hormônios androgênios influenciam na multiplicação celular, na produção de lipídeos (sebo) e no aumento da espessura da epiderme. Essa classe de hormônios é representada pela testosterona e produzida principalmente na supra-renal por homens e mulheres. Hoje se sabe que o aparecimento da acne está relacionado diretamente com a produção de hormônios androgênios. A enzima 5-alfa-redutase é responsável pela conversão da testosterona em dihidrotestosterona (cuja ação é 100 vezes mais potente do que a testosterona), que, por sua vez, modula a secreção sebácea e a hiperqueratinização folicular, levando a formação da rolha de queratina que, associada ao aumento da proliferação bacteriana, determina o processo de formação da acne.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da acne acontece através de exame clínico, sendo analisadas as lesões para avaliar qual o grau da infecção. O quadro clínico pode ser dividido em quatro estágios:
Acne Grau I: apenas cravos, sem lesões inflamatórias, espinhas ou cistos.
Acne Grau II: cravos e espinhas pequenas – pequenas lesões inflamadas e pontos amarelos de pus, também chamados de pústulas.
Acne Grau III: cravos, espinhas pequenas e cistos – lesões mais profundas e dolorosas, avermelhadas e bem inflamadas.
Acne Grau IV: cravos, espinhas pequenas e cistos, que se comunicam causando inflamação mais grave e aspecto desfigurante. Este tipo de acne também é conhecido como acne conglobata.
Acne Grau V: surgimento súbito da acne com lesões graves, como cistos dolorosos que ulceram deixando grandes cicatrizes, acompanhado de sintomas gerais, como febre, mal estar e dor no corpo. É uma forma rara e mais comum no sexo masculino.
Normalmente o indivícuo com acne apresenta pele oleosa com brilho intenso, poros dilatados e também mais escuros, devido ao excesso de sebo produzido (as glândulas sebáceas produzem e secretam uma substância oleosa chamada de sebo. Esta substância é uma mistura lipídica composta de ácidos graxos, triglicerídeos, esqualeno e ceras, e sua principal função é a formação de uma película sobre a camada córnea, protegendo a pele, controlando a perda de água transepidérmica - TEWL - e assim mantendo a pele hidratada). Durante o tratamento da acne é fundamental manter a hidratação da pele, caso contrário ela acaba produzindo mais oleosidade para compensar a falta de hidratação: é o que chamamos de ‘efeito rebote’.
TRATAMENTO
Praticamente todos os casos de acne podem ser controlados e alguns se resolvem espontaneamente. O tratamento pode ser tópico, com o uso de produtos contendo peróxido de benzoíla, ácido retinóico e seus derivados, antibióticos e ácido salicílico , bem como loções adstringentes e esfoliantes. Além dos produtos de uso tópico, há outras estratégias que podem ser utilizadas para se obter resultados mais efetivos:
* Antibióticos orais: ajudam a matar as bactérias e a reduzir as inflamações;
* Pílulas anticoncepcionais e outros medicamentos que regulam os hormônios podem ser úteis para as mulheres.
* Isotretinoína oral: usada nas formas mais graves e resistentes ao tratamento, ou nos pacientes muito afetados emocionalmente pela doença.
Além disso, alguns procedimentos também ajudam no tratamento da acne:
* Lasers e outras terapias com luz tratam as cicatrizes e manchas hipercrômicas residuais.
* Peelings químicos tratam cravos e pápulas.
* “Limpeza de pele” para remoção de cravos e pequenos cistos chamados de milium, drenagem e extração de pústulas e cistos maiores.
Você pode utilizar sabonetes contendo ácido salicílico (para desinflamar a lesão e secá-la) e enxofre. Não é muito interessante utilizar aqueles que eliminam 99,9% das bactérias, pois isso pode levar a um efeito rebote. Evite lavar muitas vezes o rosto - isso faz com que seu organismo entenda que necessita aumentar a produção de sebo porque há algo removendo-o. Ativos seborreguladores com ação sobre a 5-alfa redutase (impedindo a formação do DHT, adsorvedores de oleosidade (efeito mate) e anti-inflamatórios são peças-chave na rotina de cuidados com a pele; sem esquecer de um filtro solar adequado.
Alguns exemplos de ativos: matipure, Phytosphingosina, acnebiol, ácido 18-beta glicirretínico, Phytoammino biocomplex antisseborreico, assebiol, azeloglicina, biosulfur, phlorogine, takallophane, aqua licorice PU.
Tratar a acne é importante para evitar marcas e cicatrizes no rosto e em outras regiões do corpo, além de melhorar a qualidade de vida.
Dicas Especiais
Cuidados redobrados para pele oleosa e acneica.
A pele oleosa ou acneica necessita de um cuidado redobrado com a higiene, além de tratamento, hidratação e proteção adequados. Confira algumas dicas para cuidar bem da sua pele:
Higiene na medida certa;
Hidratação;
Fotoproteção adequada;
Dica 1
Higiene na medida certa
A higiene diária da pele oleosa ou acneica deve ser realizada com sabonetes líquidos, em barra ou em gel, que contenham em sua formulação agentes que removam a oleosidade da pele e o ácido salicílico, para diminuir a formação de cravos. A limpeza da pele deve ser realizada de forma equilibrada, pois a lavagem em excesso pode provocar sensibilização ou mesmo efeito “rebote” (com maior produção de gordura pela pele). Deve-se evitar produtos com fragrância que possam contribuir para irritações, que eventualmente ocorrem com tratamentos antiacne. A pele oleosa deve ser tratada com agentes que estimulem a renovação celular (ácido salicílico e outros alfa-hidroxiácidos) e protegida diariamente com filtros solares livres de óleo (oil free) e que tenham a propriedade de controlar o brilho e a oleosidade excessiva da pele (ação matificante).
Dica 2
A importância da hidratação
É importante encontrar o equilíbrio da pele oleosa/acneica. Por agressões externas (clima frio e seco) ou em virtude de tratamentos específicos para acne com ácidos ou isotretinoína oral, a pele oleosa/acneica pode desidratar. É importante escolher hidratantes que não obstruam os poros, não contenham óleo (oil free) e não provoquem cravos (não-comedogênicos). Com estes cuidados, evita-se que a pele fique com um aspecto oleoso e com que a acne piore. Deve-se preferir hidratantes em loção, emulsão ou gel-creme, pois têm textura mais leve e suave do que os cremes concentrados. Os hidratantes devem ser livres de fragrância (fragrance free) para evitar a sensibilização da pele, especialmente em casos de tratamento concomitante para a acne.
Dica 3
Fotoproteção adequada
A radiação ultravioleta dos tipos A e B pode provocar queimaduras, redução das defesas naturais e imunológicas da pele (imunossupressão), envelhecimento precoce e câncer da pele. Para evitá-los é fundamental o uso do filtro solar com FPS e PPD adequados. Hoje, há uma gama enorme de filtros solares que, além da fotoproteção, oferecem benefícios adicionais,os quais atendam às necessidades dos diferentes tipos de pele. Para peles oleosas e com tendência à acne, é possível contar com protetores solares que auxiliem no controle do brilho, por meio de ações antioleosidade e antiumidade. Vale lembrar que se você estiver fazendo algum tratamento em paralelo para acne (como isotretinoína, por exemplo), o filtro solar deverá ser outro (e não com ativos que ressequem ainda mais a epiderme); pelo contrário, hidratação é fundamental!
Lembre-se:
Protetor Físico: basicamente, reflete a radiação UVA e UVB formando uma barreira física na pele (daí o nome).
Protetor Químico: possui moléculas que absorvem a radiação ultravioleta e promovem a degradação da mesma, transformando-a em um tipo de radiação menos nociva para nossa pele. Este tipo de filtro pode penetrar pela epiderme e gerar reações alérgicas.